quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Carnaval da Prevenção

Carnaval é uma das festas mais aguardadas do ano. Muita gente se programa para viajar e anseia por conhecer novas pessoas em meio a micaretas, bailes e trios elétricos. Porém, nesta época em que muitos desejam se esquecer dos problemas do cotidiano, é importante redobrar a atenção com as doenças sexualmente transmissíveis, para evitar preocupações quando a folia acabar.

Nos últimos quatro levantamentos do governo, o número de casos de HIV tem subido sucessivamente. Em 2009, data do último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, 38.538 pessoas foram infectadas, contra 34.614 registradas em 2006. “Não há dados que indiquem um aumento da incidência de DSTs nesse período. Porém, temos observado que o abuso de drogas como o álcool, aliado à ideia de que se deve aproveitar todo o ano nesses quatro ou cinco dias, fazem com que as pessoas se cuidem menos”, explica Caio Westin, técnico em saúde do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids da Secretaria de Saúde de São Paulo.

O principal desafio em relação ao público jovem é fazer com que o conhecimento se transforme em uma mudança de atitude. De acordo com a Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP 2008), 97% das pessoas de 15 a 24 anos sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção pelo HIV, mas seu uso na primeira relação sexual é de apenas 61%, caindo para 30,7% em todas as relações com parceiros fixos.

“Apesar de a epidemia de HIV ter praticamente se estabilizado, não se pode achar que a Aids deixou de ser uma doença gravíssima. Ainda que existam remédios capazes de prolongar a vida da pessoa, o tratamento tem um alto custo para o organismo”.

HPV: um grande vilão


Não pense que o HIV é o único vírus causador de doença grave contraída por meio de relações sexuais. O HPV (sigla em inglês para Papiloma Vírus Humano) provoca lesões de pele ou na mucosa na mulher. Na verdade, são mais de duzentas variações, sendo que algumas delas surgem como potenciais causadoras de câncer do cólo do útero. Segundo o estudo Prevalências e Frequências Relativas de Doenças Sexualmente Transmissíveis, feito em populações selecionadas de seis capitais brasileiras, das 2.274 mulheres que procuraram atendimento em clínicas especializadas do governo, 44% eram casos de HPV. Clamídia e a gonorreia, infecções causadas por bactérias, tiveram, respectivamente, prevalência de 7,3% e 3,3% entre as pacientes.

Desse modo, alerta o Ministério, a melhor forma de prevenção ao HPV e às demais doenças sexualmente transmissíveis continua sendo o uso do preservativo, que evita ainda a gravidez não planejada. Então, não se esqueça: curta plenamente seu Carnaval, mas não se esqueça da camisinha como sua grande companhia!

Camisinha é o único meio de prevenção eficaz contra DSTs.

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