Brasil: O 5º país com mais assassinatos a mulheres
Dia 8 de março, mais uma vez, foi comemorado o dia internacional da mulher. Entre entregas de flores e elogios ao ser feminino, muitas vezes nos esquecemos das atuais estatísticas sobre violência contra a mulher, por isso precisamos estar conscientes de que:
- Atualmente, 13 mulheres são assassinadas a cada dia no Brasil.
- O Brasil está em 5º lugar no ranking dos países com mais mulheres assassinadas, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
- No ano de 2014, 405 mulheres buscaram por dia atendimento em unidades de saúde, por alguma violência sofrida. Totalizando 147.691 casos de violência doméstica ou sexual. Metade são situações reincidentes.
Violência não é só apanhar
A violência se manifesta de diversas maneiras. Violência física é a mais comentada e são ações ou omissões que coloque em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa. Violência moral é a destinada a caluniar, difamar ou injuriar a reputação da mulher. Violência patrimonial são atos de violência que impliquem em dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos, documentos pessoais, bens e valores. Violência psicológica é aquela destinada a degradar ou a controlar ações e decisões de outra pessoa por meio de intimidação, ameaça, humilhação, isolamento. Violência sexual é quando a pessoa é obrigada a manter contato sexual contra sua vontade. Com uso da força, chantagem, ameaças etc.
Violência nos relacionamentos
O ponto de partida para situações de violência no namoro na maioria dos casos são os sentimentos de ciúme, posse e controle que algumas pessoas tem ao namorar. Associadas a isto, existem idéias presentes na cultura de nossa sociedade que vem de séculos atrás. Época em que a solução de problemas acontecia por meio de duelos e atitudes violentas.
De acordo com o Centro de Estudos Latino-americanos Sobre Violência e Saúde, a maioria das pessoas, ao serem perguntadas sobre o que acham a respeito de atitudes violentas no namoro se dizem contra, porém as coisas mudam de figura quando se tem uma desculpa para usar de justificativa para a violência. Se a namorada ganha uma cantada na rua, foi curtida no Facebook pelo ex, andou se produzindo demais para sair, entre muitas outras situações, isto já vira motivo para rolar agressão. Existe em nossa sociedade pessoas com uma cultura de que ainda é admissível ou que há situações em que a pessoa merece ou pede para ser agredida e que ninguém deve meter a colher nisso.
Porém estamos em 2016, as leis mudaram, não são as mesmas da época de Dom Pedro. É necessário ter a consciência de que determinadas atitudes não são normais, nem aceitáveis, nem admissíveis. Quando a informação se espalha, se cria uma consciência geral de que a bofetada não é admissível, é mais fácil que as vítimas não a aceitem, que alguém próximo da vítima a alerte e lhe diga que isso é errado, e que o próprio agressor se torne consciente da gravidade do seu ato. A melhor forma de resolver um conflito no namoro é através do diálogo. Quando não existe mais diálogo e as atitudes passam a ser algum tipo de violência, significa que já passou da hora da relação terminar. As pessoas em 2016 têm a liberdade de tomar atitudes em suas vidas sem serem agredidas por isto. É ilegal.
Se o namoro é uma experiência e um teste do que poderia ser um casamento, a violência significa que essa experiência falhou. Um namoro com violência é contraditório ao amor que se imagina encontrar.
O que fazer em casos de agressão?
A violência doméstica passou a ser um assunto discutido pela sociedade, governo e, principalmente entre as próprias mulheres, que antes permaneciam em sigilo quando agredidas por seus maridos ou parceiros.
Mesmo assim, por falta de informação e receio, muitas delas não tomam uma atitude e fazem da própria vida um verdadeiro transtorno. Segundo advogados, no momento da agressão a vítima deve acionar o serviço de denúncia 180 ou a polícia através do número 190. Feito isso, os policiais prenderão em flagrante e o conduzirão ao D.P.. Se a mulher agredida resolver fazer a denúncia tempos depois da agressão, ela deve procurar a delegacia da mulher mais próxima e registrar o tipo de violência que vem sofrendo, fazer constar no boletim de ocorrência. Se as lesões corporais forem em partes íntimas do corpo, a mulher agredida deverá solicitar à delegada de plantão um exame de corpo de delito. Muitas mulheres têm vergonha de mostrar as marcas de agressões. Conforme o especialista em direitos da mulher, cada circunstância vai definir se o delegado poderá mantê-lo preso até o julgamento. O marido ou parceiro poderá ter suspensa a posse ou restrição do porte de armas, ser afastado do lar, domicílio ou local de convivência ou mesmo ser proibido de realizar certas condutas, ser proibido de se aproximar ou ter contato com a vítima, seus familiares e testemunhas.
A decisão de apresentar queixa ou expor esta experiência a um agente de autoridade não é fácil de se tomar. Porém após a aprovação da Lei Maria da Penha houve uma redução no número de mortes em alguns estados como SP, RJ, ES, PE e RO e aumento geral no número de registros de ocorrências. Este aumento indica que há mais vítimas que não dispostas a aceitar isso em silêncio. Que estão dispostas a falar, a assustar seus agressores, a pedir ou aceitar o apoio de familiares e amigos. Não podemos mais achar que um soco é um meio aceitável de relacionamento ou que as pessoas sejam incapazes de controlar seus impulsos e que alguém se permita por dependência emocional, fraca auto-estima ou porque “é mesmo assim”, aceitar ser vítima desta situação.
Fontes: http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf
http://www.vilamulher.com.br/familia/relacionamento/violencia-contra-a-mulher-o-que-fazer-em-caso-de-agressao-14645.html
http://www.canal.fiocruz.br/video/index.php?v=amor-e-violencia
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